O sentimento
de aversão ao risco pressionou a maioria das commodities ontem nas bolsas
internacionais. O principal fator para a cautela dos investidores, que se
afastaram dos mercados de commodities e ações, mais arriscados, foi a
desaceleração no crescimento econômico da China. O Produto Interno Bruto (PIB)
chinês, soma de toda a produção do país, cresceu 8,1% no primeiro trimestre,
menos do que os 8,3% esperados por economistas. Embora ainda seja um ritmo
forte, sugere uma demanda menor por matérias-primas. Assim, os preços do açúcar
para maio caíram 3,51% na Bolsa de Nova York, para 23,37 centavos de dólar por
libra-peso.
"Um PIB
mais fraco (da China) pode impactar o Brasil diretamente, pois a China é o
maior parceiro comercial", disse à agência Dow Jones o analista Mike
McDougall, da corretora Newedge, referindo-se ao fato que o Brasil é o maior
produtor mundial de açúcar. Pelo mesmo motivo, os preços de outras soft
commodities caminharam no mesmo sentido: o café caiu 2,02% e o algodão recuou
0,99%.
A aversão ao
risco promoveu também compras de dólar, considerado um porto seguro para os
investidores, o que tende a pesar nos preços das matérias-primas - que, cotadas
em dólar, passam a custar mais em outras moedas. A força da moeda americana
empurrou para baixo os preços dos grãos na Bolsa de Chicago. O trigo recuou
2,46% e o milho caiu 1,29%. A soja cedeu menos, 0,29%, sustentada em parte pela
demanda chinesa que, apesar de um crescimento menor do PIB, permanece firme.
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